segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um download pode gerar uma cópia melhor que um CD vendido em loja?

A matéria saiu no HT Forum:
http://www.htforum.com/vb/showthread.php?t=70094
http://www.htforum.com/vb/showthread.php?t=71413

Jogo é jogo, mas será que treino é treino?

Por Holbein Menezes.

Reportagem

Conheci a revista estadunidense “the absolute sound” no verão de 1977. Era então editada por Harry Pearson, que tinha como colaboradores Patrick Donleycott, como Editor, e John Cooledge no papel de Editor Consultivo. Considerada desde o nascimento, pelo seu caráter não comercial, como imprensa de “underground”; não obstante – nas suas 160 páginas em tamanho de bolso (14 x 21 cms) –, 30 eram de anúncios; embora a revista adotasse a boa prática de pôr tais anúncios, consecutivamente, nas últimas páginas; e não “vendia” sua capa principal, e a quarta, para fotos de “certos” produtos de áudio objetos do particular interesse do Editor-em-chefe...

Toda uma geração de audiófilos “state-of-the-art” foi formada a partir das idéias veiculadas pelo magazine do Harry Pearson. Antes deles, os assuntos da eletrônica para a reprodução do som musical eram divulgados por revistas do tipo “High Fidelity”, “Stereo Review”, “Hi-Fi Answers” etc. Naquele tempo, no mundo do áudio sobressaíam os nomes de Saul Marantz e Peter Walker; superavam em notoriedade até as marcas dos aparelhos que fabricavam. Foi a época do reinado dos ouvidos e não dos componentes eletrônicos. Ainda se não tinham inventado as expressões “marketing” e “merchandize”. Éramos felizes e nem sabíamos!

[Hoje, a revista do Harry Pearson não é mais do Harry, é de Mr. Robert Harley, “editor-in-chief”; e não é mais de bolso, cresceu de tamanho; aliás, em maior medida que de importância...]

Mas como aprontou o Sr. Pearson!

Em 1976, o anuário “HiFi Year Book” publicava a fotografia da caixa AR-LST , fabricada pela “Acoustic Research” (USA), então considerada o “crème de la crème” em matéria de sonofletor: suspensão acústica com um alto-falante de 12 polegadas, mais quatro “hemispherical dome” médios, de 1,5 polegadas, mais quatro “tweeters”, também “hemispherical dome”, de ¾ de polegadas; “crossover” em 525 Hz e 5kHz, com impedância a variar de 4 a 16 Ohms.. Preço de um par: £ 227 que, ao câmbio do tempo representava mais ou menos 400 dólares!

No número 10 da revista do Sr. Harry Pearson, edição do verão de 1977 (portanto, um ano depois da edição de 1976 do anuário acima referido), a caixa “Infinity QLS-1”, com características assemelhadas às AR-LST (um “woofer” de 12, mais seis médios “dome”, mais oito “tweeters”; cortes em 200 Hz e 600 Hz), era testada pela “the absolute sound”, que anunciava sem-vergonhamente o preço de 2,400 dólares por par!

Foi o começo da escalada dos preços tresloucados, e foi para justificá-los que a revista criou o termo “state-of-the-art”, pai legítimo do vago e impreciso “high-end” de hoje.

Depois de tantas décadas (mais de três, eu acho), por gentileza do Ricardo Pontes voltei a ter em mãos um exemplar da “the absolute sound”, edição de dezembro de 2007. E deparo-me, sem muita surpresa, com uma realidade muito próxima da realidade da “Áudio & Vídeo” tupiniquim, ou seja, o dono da revista assina a maioria dos artigos... Um desses chamou-me a atenção pelo título: “Do hard-disk drives sound better than CDs?”, matéria assinada pelo próprio “editor-in-chief”, Mr. Robert Harley. Que conclui, em síntese:

“... escutei marcante melhora na qualidade sônica...”
“Notei mais espaço, aeração, frescor e melhor ilusão de palco...”
“... mesmo com a intensidade diminuída, o som tinha melhor resolução, principalmente quanto ao caimento o qual é responsável por mais arejamento e espaço...”
“... altos médios e agudos, apesar de mais suaves, soaram mais orgânicos...”

Pensem bem: pode a situação substituta (cópia) ser melhor que a situação original (CD)? Uma cópia ou a leitura de um disco compacto por outro meio pode soar melhor do que a leitura feita por meio dos nossos “CD-Players” de cada dia? Um CD terá porventura leite escondido que nossos vãos ledores não conseguem tirar? Que que acontece entre as duas formas de leitura, para que pessoa experimentada como Mr. Robert Harley registre melhoramento?

Eis o que pensa a respeito o Engenheiro-audiófilo Ricardo Pereira, de Belo Horizonte:

“Dois aspectos aqui nessa questão:

- se lido o arquivo musical a partir de um HD, é notória a qualidade obtida, superior e muito à leitura normal dos discos ópticos externos visto que um dos defeitos eliminados nesse processo é a presença de “jitter”;- se lido num “player” de mesa, o disco queimado a partir de arquivo copiado/guardado num HD, afirmo por experiência, que não houve sequer um caso em que a cópia não ficasse bem superior em qualidade de áudio, comparado ao mesmo arquivo impresso em fábrica no disco original.
Eu não tenho dúvidas quanto a isto: um disco prensado em série nas fábricas contém muitos erros de estampagem o que não ocorre nos discos queimados em computador/gravador de mesa/mídias de ótima qualidade, em tempo real, pois os lands e pits assim gerados são muito mais perfeitos fisicamente do que aqueles gerados numa prensa.
Desde as primeiras experiências com cópias de CDs, nos anos 90, chamou a atenção dos analistas e usuários a melhor qualidade de áudio nas cópias do que nos originais digitais. Pela primeira vez na história da música gravada, a cópia tinha ficado melhor que o original!! E concordo com isso até o talo!”

Minha recente experiência leiga também fala nessa direção. As cópias de música erudita que me têm sido presenteadas mostraram ser da mais alta qualidade, cópias de obras que já tive em “long playing”, disco-leiser ou fitas VHS mas não as tinha ainda em CD.

Animado e ao mesmo tempo intrigado com a “descoberta”, com a ajuda competente de Hermosa Maria minha doce companheira e eficiente secretária, resolvi fazer um teste eu próprio com os quartetos de cordas de Béla Bartók, vintena gravação de 1984 – acho que a primeira coleção de cedês que adquiri –, com o soberto conjunto húngaro, “Takács Quartet”. Sobre as cópias, eis as principais observações que notei e anotei:

no “Quarteto nº 1”, os acordes iniciais em prianíssimo, do primeiro e segundo violinos – talvez concebido assim quase indistinto para criar expectativa –, e o diálogo entre a viola e o violoncelo ficaram audivelmente marcados;
ficou bem mais nítida a distribuição dos instrumentos no ambiente de gravação;
os difíceis semitons de Bartók, que traduzem a cor das incertezas e angústias do compositor, ficaram mais “amarelos” (quem sabe, cor da desbotadura atonal);
senti mais aberto o leque sonoro da esquerda para direita;
passei a ouvir as ressonâncias produzidas pela caixa do violoncelo, que nunca dantes notara, e saibam que já ouvi esses quartetos, nos mais de vinte anos que os possuo, no mínimo meia centena de vezes;
e detalhes apareceram: como a flacidez das cordas que antes afiguravam-se-me duras; e os planos fundo, meio e frente, e o som curió dos violinos, e o roufenho e agourento som da viola; o violoncelo, a pintar de cor cinzenta e sombria as angústias do compositor maníaco-depressivo.

Antes dessa experiência, professava a convicção de que cópia de disco é replicação do original mas... com os defeitos da fonte de origem, magnificados. Um de meus filhos, Engenheiro especializado em duplicação de discos compactos, com passagem proveitosa por um estágio de dois anos numa fábrica austríaca de fabricar máquinas de replicação para cedês e devedês, experiente técnico no mister mercê de seus muitos anos como Gerente técnico da Video Lar e da Sony, com poderosos argumentos convencera-me de que a melhor das cópias será sempre inferior ao original, uma vez que não acrescenta nenhuma virtude e corre sério risco de introduzir, na copiagem, imperfeições não primárias. Portanto, no meu outrora buliçoso espírito investigativo e iconoclasta, a matéria estava assentada: cópia é cópia, original é original.

(Resposta do Holbein)

Jogo é jogo, mas será que treino é treino?

Por Holbein Menezes.
(Parte II).

Das suposições.

“...a audiofilia é repleta de dogmas, crenças, verdades reveladas, processos de canonização, relíquias, fé sem provas, e um quase desprezo pelas comprovações cientificamente testadas (prova cabal e definitiva é uma espécie de heresia e soberba contra audiófila)”. Douglas Bock

Suposições do Holbein:

- tenhamos que todos os “bits” do “stamper” original hajam sido estampados. No processo da prensagem industrial, e em série, e em massa, todos os “bits” hajam sido estampados nos policarbonatos dos discos virgens, os futuros cedês;

- tenhamos, ainda – em face da alta velocidade usada no processo de estampagem industrial –, que os discos compactos (CDs) não sejam a exata replicação dos “stampers”, situação possível, e provável. Quem já viu em ação a complexa e complicada máquina de replicação, viu que braços mecânicos movidos por sensores programáveis, na rapidez de um piscar de olhos selecionam os discos “bons” e os com “defeitos”, isto é, fora do padrão programado. Portanto, há um padrão para tal seleção, e se o há, existe a possibilidade de esse padrão não ser rigorosamente seguido na mecânica da estampagem; porque se não fosse assim, para que detectores de defeitos, hem (?);

- tenhamos, também, que esse padrão não contemple, por exemplo, a exata “dimensão” física dos “bits”, representados por 0 e 1. Em outras palavras, talvez todos os “bits” da estampagem sejam replicados, todos, mas não com a exatíssima “dimensão” (amplitude? relevo? o quê?) do “stamper” original, quiçá em decorrência da alta velocidade do processo de estampagem industrial que negligencia sutis detalhes, como sói acontecer com todo processo industrial em série. Situação factível, pois não? Ora, se sensores pós-estampagem selecionam discos “bons” e discos com “defeitos – na conformidade de um padrão estabelecido, e variável –, isso significa que a estampagem não representa, ou pode não expressar a exata duplicação do “stamper”. Podem ocorrer diferenças que os sensores programados entendem como “defeitos”, e por isso rejeitam tais unidades (e a rejeição é da ordem de 10%); mas podem ocorrer diferenças que os sensores não entendem como defeitos, e os deixa passar, por exemplo, diferenças no relevo dos “bits”;

- tenhamos, pois e por fim, que na cópia dos cedês, que se processa em baixa velocidade, os “bits” dimensionados em menor no disco original são lidos pelo computador (uma vez que estão no CD) e, na cópia artesanal que o computador faz, tais “bits”, digamos “fracos” do disco original (CD) podem vir a ser redimensionados e ficarem mais conformes os “bits” do “stamper”. E na leitura da cópia isso seria evidenciado.

Reconheço, são suposições.

Mas o fato é que todos os que já fizemos cópias temos sido unânimes em afirmar, aqui e alhures, que a cópia ficou e fica sempre “melhor” que o original. Em que sentido? Pois, seguramente nos sutis detalhes, em especial da ambiência; porquanto se “escuta” com mais nitidez o ambiente em que foi feita a gravação. Constata-se uma espécie de “eco” na cópia – o som da aeração? – que não se ouve no disco original, e escolho o termo eco não por seu significado de “...reflexão de uma onda acústica por um obstáculo...” mas por aquele encompridamento de tons e acordes que caracterizam a música ao vivo, tons e acordes que não “morrem” tão logo emitidos; aquela “morte subita” que torna a música em conserva dos discos compactos por vezes “seca”, às vezes asséptica, sem ressonância, como se gravada em sala acusticamente morta.

Porque nas cópias nos surpreendemos por vezes com sutis detalhes transitórios: um rápido e leve e descuidado toque numa corda; a batida da baqueta no prato milésimos de segundos antes de o prato vibrar e soar; as vibrações das palhetas de saxofones e clarinetes, e até o sopro das vozes humanas contra os dentes dos cantores; “coisinhas” miúdas que os musicistas experimentados na arte da escuta chamam de “sujo musical”. Sujos nem sempre notados nos cedês originais.

Por quê? – eis a pergunta que nos fazemos.

Da Verdade.de um cientista:

(Por Ronaldo Menezes,
Professor do “Florida Institute of Technology”, U.S.A.
Bacharel, Mestre e Doutor em Ciência de Computação.)

“Acho extremamente improvável que haja diferença entre as duas fontes.
Assumindo que todas as variáveis são as mesmas, como o autor sugere (refere-se ao artigo de Mr. Robert Harley, da “the absolute sound”- HM) – inexistência de erro de leitura, por exemplo –, é impossível que o som seja diferente. A princípio pensei que a diferença poderia ser da conversão dos dados digitais (DAC), mas o autor parece dizer que usa igual marca de DAC. Sendo assim, a ÚNICA diferença entre a leitura de um CD (ou CD-R) e um HD é a taxa de leitura de dados.

Um HD (“hard disk”) trabalha com taxa de leitura em torno de 1Gbit/sec.,ou, exatamente, 1.073.741.824 bits por segundo. A taxa de leitura de um CD-R (com velocidade 1x) é de 75 setores por segundo. Um setor em CD-R tem 1.411.200 bits. Mesmos os aparelhos mais modernos, que lêem na velocidade52x, lêem "apenas" 73.382.400 bits em um segundo -- mais de 14 vezes mais lento.Assim sendo, a única explicação plausível para a “melhora” proclamada pelos audiófilos seria pelo fato de que a capacidade de leitura do HD permite que a conversão de dados use mais bits.Porém não tenho como me convencer de que isso é possível. Os CD-R atuais possuem “buffers” de mais de 40 segundos. O que quer dizer que o som tocado pode ter sido lido a 40 segundos atrás. Esse "buffer" permitiria que os CD-R tivessem a mesma performace dos HD – o mesmo número de bits em memória Mas minha descrença vai além disso. Vejam que me perguntaria por que os CDs seriam gravados com sons que não podem ser descodificados (caso a leitura não fosse rápida o suficiente). Não faria sentido, faria?Quanto à afirmação que CDs "baixados" em HD seriam melhores, só seria possível se o CD tivesse mais informação do que o aparelho pode ler, o que certamente não acontece (como mencionei acima). Vou além. Aindaque tivesse mais informações, essas não seriam processadas quando a informação no HD fosse novamente passada a um CD-R. O aparelho do CD-R não processaria a informação da mesma forma que não o faria no CD. Mas isso não existe. Ninguém grava informação em CD que não precisa. Nós, "computeros", já teriamos feito experimentos e descoberto isso.Na verdade, é possível baixar as informações de um CD em HD e executar um comando no sistema operacional Linux, comando chamado "diff" que mostra as diferenças entre arquivos. Agora mesmo fiz um experimento e a execução do "diff" mostrou que os dois arquivos são iguais (iguais bits em sequência semelhante).Voltamos então ao DAC. Não se pode criar informação que não existe. Até poderíamos fazer uma interpolação de dados e converter a resolução do CD em algo maior (digamos de 16 bits para 24 bits), mas a "interpolação" não criaria som melhor porque teriamos que converter os 16 bits para analogico e reconverterpara digital (DAC - ADC). (Existe outra forma mas seria ainda pior).Uma outra observação: existe muito erro de leitura quando baixamos um arquivo de musica de DVD para HD. O único software que conheço que não gera erros é o "Exact Audio Copy" porque este copia e executa vários comandos "diff". Se por acaso acha alguma diferença entre os dados, torna a ler.Existe uma forma muito fácil de verificar se o som é diferente ou não está apenas na cabeça (ouvidos) do audiófilo. Grava-se os dois sons e se faz uma análise espectral deles. Algo semelhante como fazer um "diff" (diferença) entre os dois sons. Em condições adequadas, o resultado do “diff” tem que ser "silêncio".

Última observação: há outra situação que pode acontencer e que poderia ocasionar a diferença constatada por vocês audiófilos. Um aparalho de CD funciona atirando um “laser” no CD e captando as distorções da refração da luz. Bem, seria possível que o CD-R (o gravado em casa) tivesse uma melhor refração?! É possivel mas acho improvável uma vez que o material do CD original é da mais alta qualidade e de maior tempo de vida. Mas pode ser a explicação...

JOAQUIM CUTRIM OPINA:

Minha conclusão: O HD é uma mídia magnética e pode acrescentar às cópias o efeito de tornar "woodier" and "silkier" o som, principalmente dos instrumentos acústicos. Daí uma das melhorias, pois o emadeiramento e o aveludamento provocado pelo efeito magnético melhoraria o som. Outra coisa é que um HD lê semelhante um Tape Deck, sem o hiss; e é também uma leitura analógica melhorada: Ele trabalha à vácuo e a leitura não é feita por canhão, e sim por uma cabeça que se aproxima mas não toca a superfície da mídia magnética. Ela se aproxima nanômetros mas não toca a mídia. Isso é muito mais perfeito do que tiros de canhão que podem ir perdendo o foco com o tempo, ainda tem isso. Mas para mim, o que pode estar aí fazendo a diferença que dizem os audiófilos de sons digitalizados é o efeito "wooding" and "silking" dos meios magnéticos. Talvez seja melhor ir por este caminho e pesquisar mais esse porquê. Joaquim M. Cutrim joaquim777@gmail.com
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PS: Um "master glass" produz perfeitamente só até 10.000 cópias. Esse limite tem que ser respeitado. Estão respeitando? Outra: o controle de qualidade artesanal é um - o interessado é o próprio copiador. E o industrial? Será que ele tem mais interesse que o particular no controle de qualidade?
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TODOS OS BLOGS DO AUTOR VOCÊ ACESSA NO ÍNDICE EXPLICATIVO:

http://joaquimcutrimblogs.blogspot.com/

Comentário:
Determinada pessoa, cujo nome peca em se auto intitular de "Deus", com D maísculo, o que desde já tem o meu total repúdio nesse item, fez o seguinte comentário sobre o meu comentário acima. Ipsis litteris:
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Sobre a sua conclusão: O HD não lê como uma fita. A fita é analógica, o HD é digital. No HD existem blocos assim como no CD, e as informações são gravadas através de 1 e 0. É impossível existir o efeito de madeiramento do som, pois esse efeito ocorre quando as ondas ficam mais arredondadas, e no HD não lidamos com ondas e sim com bits. Se por acaso um bit é lido de forma errada por causa de alguma possível deformação do sinal, é feita uma correção de erro usando bits adicionais. Se não for possível corrigir o erro através desses bits adicionais, temos o erro de "verificação cíclica de redundância" e geralmente é impossível ler o arquivo quando isso acontece. Nos CDs tambem existem esses bits adicionais de correção de erro.E outra coisa: O HD não funciona no vácuo. Existe ar dentro deles. Ar sem sujeira, pois as entradas de ar dos HDs tem filtros. Mas existe ar. Caso contrário, a cabeça tocaria na superfície do disco.
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Joaquim M. Cutrim responde: Caro senhor, fora a sua afirmação simplória de que, segundo suas palavras: - "O HD não lê como uma fita. A fita é analógica, o HD é digital"... Pois bem, você não disse nada com isso e ainda falou bobagem! Do ponto de vista da estrutura de funcionamento e dinâmica física de um HD, ele é uma mídia analógica sim, pois é magnético em sua estrutura e é lido por transdução através da ponta de seu estilete. A ponta do estilete de um HD é um mini-cabeçote, semelhante ao de qualquer deck, exceto pelo tamanho, que é quase micro. Mas é feito com um enrrolamento de bobina, sabia Sr. "D"? Mais: O Senhor lembra da fita DAT? Digital Audio Tape? Essa fita contém dados digitais mas é lida por um cabeçote... E agora? Exato; o conteúdo é digital, embora o que varie seja a forma de leitura - que pode ser óptica ou analógica. Não existe leitura digital, senhor "D". Digital é apenas a forma como os dados serão armazenados... Digital é forma de armazenamento de dado, de registro. Mas a leitura de um registro será sempre - ou óptica - ou analógica, capturando setores representados magneticamente (No digital) ou níveis isolados, formados pela arrumação das partículas magnéticas como ocorre na leitura analógica dos Decks. Sendo assim, o HD lê sim, como um cabeçote de tape-deck; transduz estímulos magnéticos (os bits estão arrumados em partículas magnéticas espalhadas na superfície do HD, tal qual na fita, PERMITINDO O SEU REARRANJAMENTO FÍSICO (grifo), daí a possibilidade de que aventei de emadeiramento e aveludamento do som. Não afirmei categoricamente, pois não fiz análises científicas em laboratório, mas como o princípio É O MESMO, as partículas magnéticas da fina camada magnética do HD podem sim passar as mesmas características de aveludamento e emadeiramento para os setores de bits - os bytes - como o cabeçote faz!, Ou seja, podem passar o mesmo efeito "silkier"[aveludamento] and "woodier"[emadeiramento] de que tanto John Vestman fala em seu site secrets of mixing. (Vestman é Engenheiro Eletrônico, com especialidade em áudio analógico e digital e produtor de grandes estrelas como Elton John e Michel Jackson). Quanto às suas explicações sobre eletrônica digital, estão dispensadas: Leia por favor minha explanação no item 19 do meu blog http://vinilnaveia.blogspot.com/ onde falo o que você esquece de mencionar corretamente - você quis falar em interpolação digital, em sampleamento, em oversampling e talvez em "block errors" ou simplesmente BLER, pelo Redbook da Philips, cuja tolerância é de até 200 erros de bloco para os fabricantes honestos. Quanto ao seu "impossível", você precisa provar este seu "impossível", do contrário, será mera alegação vulgar sua (conhecimento vulgar é o contrário de conhecimento científico, em metodologia científica). E mais: NÃO EXISTEM ESSES TAIS BITS ADICIONAIS de que você fala. Nada de bits reservas... Que que é isso! O que existe é o "sampleameneto" ou interpolação, que é o fato da leitora copiar o nível vizinho (byte vizinho e nunca bit vizinho - A interpolação copia setores inteiros - São 200 erros de bloco, e não de bites e por aí vai...). E: Use, por favor, linguagem técnico-científica para se expressar aqui neste blog. Repito novamente seu mais grave erro: "Não existem bits adicionais de correção de erro...". Isso NÃO existe. O que existe, é: Ou sampling (aportuguesando - "exemplificamento") ou oversampling (super-exemplificamento), de dados (bytes), é claro. Sobre a questão do vácuo, outro absurdo... Quando você disser algo assim, por favor, prove, demonstre texto de Doutor, Mestre ou especialista, formal ou não, ou engenheiro, no mínimo, com conhecimento de causa, para essa afirmação tão absurda que você fez! HD's funcionam SIM, à vácuo, para permitir altíssimas rotações e evitar a oxidação da sua superfície, ou contaminação bacteriana ou de fungos, que nenhum filtro iria impedir, além do que, esse dispositivo seria inadequado cientificamente pois careceria de troca ou limpeza para dar vazão ao fluxo puro de ar. E mais: Imagine uma superfície de HD esfriando em um ambiente com ar-condicionado geladíssimo até baixas temperaturas e depois esse mesmo computador com esse HD, retirado desse ambiente, fosse colocado a uma temperatura tropical com umidade relativa acima dos 70 por cento: Condensação "na hora", o que além de produzir erros de leitura pela presença inevitável de gotículas de água, propiciaria o aparecimento daqueles seres que adoram água e ambiente sem luz: Fungos!, Meu caro! Por favor: Chute não vale aqui neste blog. Inclusive vou bloquear a partir de agora comentários, para que possam passar por um filtro científico antes de serem levados a público, dada a minha responsabilidade na transmissão do saber.
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Confira isso:
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Disco_rígido

A cabeça de leitura e gravação de um disco rígido funciona como um eletroímã semelhante aos que estudamos nas aulas de ciências do primário, sendo composta de uma bobina de fios que envolvem um núcleo de ferro. A diferença é que num disco rígido, este eletroímã é extremamente pequeno e preciso, a ponto de ser capaz de gravar trilhas medindo menos de um centésimo de milímetro.
Quando estão sendo gravados dados no disco, a cabeça utiliza seu campo magnético para organizar as moléculas de óxido de ferro da superfície de gravação, fazendo com que os pólos positivos das moléculas fiquem alinhados com o pólo negativo da cabeça e, conseqüentemente, com que os pólos negativos das moléculas fiquem alinhados com o pólo positivo da cabeça. Usamos neste caso a velha lei “os opostos se atraem”.

Joaquim M. Cutrim. E-mail: joaquim777@gmail.com